O Monstro
(É verdade, não se esqueça),
Tem de pôr uma cabeça.
Larga em cima, fina em
baixo,
Cara de pera ao contrário,
Eis o monstro do armário.
Duma banda é careca,
Da outra tem sete pelos
E já basta de cabelos.
O outro faz um quadrado,
Cada qual vê p’ra seu lado.
O nariz, se quer saber,
É maior do que um chouriço,
Mas não pode falar nisso.
A boca jamais fechada
Mostra ao todo oito dentes,
Bicudos e salientes
Quatro orelhas de diabo,
Mete medo a toda a gente.
Um pescoço de funil,
O corpo como um balão,
Doze manchas na barriga,
Dois braços em forma de asa,
Voa e corre toda a casa.
Para andar muito depressa
E cheirar sempre a chulé,
Conte cinco e tire um pé.
No total tem doze dedos
Que deslizam pelo chão,
Mais a cauda de dragão.
Feito está todo o retrato.
Vai-te embora, ó bicho mau,
Senão dou-te com um pau.
ESE – UALG - Conceição Andrade; Teresa
Maló Sequeira
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